sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Desenvolvimento motor: como estimulá-lo
Por Filomena Santos Silva, Psicóloga

O bebé desenvolve-se muito rapidamente, fazendo todas as aquisições motoras básicas até cerca dos dois anos de idade
Apesar das diferenças individuais na idade de aquisição de determinados comportamentos, é extraordinário observar que a sequência desse desenvolvimento motor é idêntica em quase todas as crianças. Compreender esse desenvolvimento, permite-nos entender como a criança descobre o corpo e de que forma podemos agir para estimular o seu desenvolvimento saudável.
Nos primeiros 3 meses de vida, o bebé adquire o controlo dos músculos óculo-motores, que lhe permitem olhar para um objecto e tentar agarrá-lo. É também nesta fase que consegue sustentar a cabeça. Para estimular estas competências disponha no berço do bebé objectos coloridos (de preferência de forma redonda) a distâncias que ele possa agarrar; coloque-o em posições em que vá, progressivamente, diminuindo o suporte da cabeça, sem nunca forçar.
Entre os 3 e os 6 meses, o bebé senta-se com apoio, dá a volta deitado, sustenta o peso do corpo por momentos, agarra os objectos voluntariamente com as duas mãos e leva-os à boca. Coloque-o em estruturas que lhe permitam um bom ângulo de visão e, preferencialmente, ponha o bebé no chão, em cima de mantas, estimulando todas as tentativas de movimento e colocando almofadas que o apoiem na posição de sentado, com objectos adequados ao seu alcance.

Entre os 6 e os 9 meses
, senta-se sem apoio, volta-se de barriga para baixo, pode tentar rastejar, segura um objecto em cada mão e começa a procurar os objectos. Brinque com o bebé no chão, coloque os objectos a alguma distância, estimulando todas as aproximações que impliquem movimento por parte dele; tape os objectos e deixe que o bebé os destape.
Entre os 9 e os 12 meses, desloca-se sozinho, arrastando-se ou gatinhando; põe-se de pé e anda apoiado; controla bem os objectos e faz a pinça perfeita entre o polegar e o indicador. Aumente a dificuldade das brincadeiras, brinque ao “cu-cu” com objectos ou cobrindo-se a si com um pano (esta brincadeira ajuda o bebé a construir conceitos fundamentais para o seu desenvolvimento afectivo, permitindo-lhe compreender que um objecto escondido não desaparece e, assim, entender que a mãe ou o pai não deixam de existir quando saem do seu campo de visão).
Entre os 12 e os 18 meses é a idade normal para o início da marcha; anda sem apoio e sobe degraus com ajuda. Coloque obstáculos no caminho para que o bebé tenha que os ultrapassar (degraus, caixotes, …). Use escorregas e outras estruturas adequadas à sua idade. Dê-lhe pequenos jogos de encaixe e façam torres com blocos que depois deixam cair.
Entre os 18 e os 24 meses, o bebé já consegue correr; dá pontapés na bola, sobe e desce escadas com apoio no corrimão, embora ainda não alterne os pés. Já controla os movimentos da mão, faz a pinça entre o polegar e o indicador, coordenando esses movimentos com os movimentos oculares. Constrói torres com cubos e realiza pequenos jogos de encaixe por tentativa e erro. Coloquem objectos em caixas e voltem a tirar (esta brincadeira ajuda a criança a controlar os esfíncteres e a prepará-la para “deixar sair” o chichi e o cocó). Leve-a para o exterior, aproveitando ao máximo todas as suas potencialidades e brincando com ela com jogos físicos.
Os primeiros dois anos de vida da criança, no que concerne ao desenvolvimento motor, são marcados pela aquisição da posição vertical e pela aquisição da marcha e seu aperfeiçoamento. Os anos seguintes serão de um enriquecimento considerável das aptidões motoras, quer em qualidade quer em quantidade.
Relação de prazer
Ajudar o bebé a desenvolver as suas capacidades motoras implica brincar com ele, observando as suas evoluções e estimulando as suas aquisições. Mais do que usar materiais, o importante é usar o próprio corpo – o seu e o do bebé -, estabelecendo relação de “pele”, tocando no bebé, e usar e abusar da afectividade, levando a que a criança tire prazer dessa relação e conheça o próprio corpo.



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